sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Saiu na mídia #5 Amazon, WalMart e e-books derrubam a Borders

Segunda maior livraria americana pede concordata e vai fechar cerca de 200 lojas.

Por Daniela Barbosa da Exame.com, publicada em 16.02.2011

O Bordes Group, segunda maior rede de livrarias americana, anunciou nesta quarta-feira (16/2) seu pedido de proteção contra falência ao Tribunal de Falência dos Estados Unidos.

A companhia vai fechar, nas próximas semanas, 30% de suas lojas, isto é, cerca de 200 unidades. A rede tem atualmente 644 pontos de vendas distribuídos em 48 estados americanos. As  lojas que vão baixar as portas estão com desempenho abaixo do esperado pelo grupo.

O e-book (livro digital) e o número crescente de leitores eletrônicos também são apontados como responsáveis pela decadência da livraria, uma vez que a rede não teve capacidade de acompanhar a modernização do varejo de livros nos Estados Unidos.  Segundo o The Wall Street Journal,  a Borders não conseguiu desenvolver uma estratégia bem-sucedida no meio digital, principalmente em um momento em que o e-book é o segmento que mais cresce no universo editorial.

A rede até chegou a vender alguns modelos de e-books em suas lojas, como o Kobo, o Sony Pocket Edition e o AnyBook, mas nenhum foi capaz de desbancar a fama do Kindle, comercializado pela Amazon, e do Nook, da  Barnes & Noble, que criou a sua assinatura no produto.

Desde 2001, a rede vem dando sinais de que os negócios não estão bem. Nos últimos cinco anos, os papéis da companhia apresentaram quedas constantes. A Borders foi obrigada a reduzir de 35.000 para 19.000 o número de seus funcionários. As dívidas do grupo somam mais de 200 milhões de dólares. Cerca de 90% desse valor refere-se a débitos com fornecedores.

No ano passado, na tentativa de se reerguer, a rede reformulou seu site, com a aposta em crescer nas vendas online, mas não foi capaz de desbancar a Amazon . No mesmo ano, a varejista vendeu sua linha de artigos para papelaria por 31,2 milhões de dólares, boa parte do valor foi usado para reduzir dívidas. Nos primeiros nove meses de 2010, a companhia acumulou prejuízo de 143,7 milhões de dólares.

A Borders nasceu como um sebo no início da década de 70, em Michigan. A rede foi criada pelos irmãos Tom e Louis Borders. Em 1992, a varejista, que já tinha se consolidado no mercado de livros, foi vendida para a Kmart, dona também na época da rede de livraria Waldenbooks.

Para tentar se reposicionar no mercado e honrar os 40 anos de tradição, a companhia aguarda agora a aprovação do Tribunal de Falência americano da liberação de um empréstimo no valor de 505 milhões de dólares concedido pela GE financeira.

A Volta do Projeto de Lei 7.913

E não é que o Dep. Bonifácio Andrada conseguiu voltar à Câmara dos Deputados! Assumiu, como Suplente, o mandato de Deputado Federal na Legislatura 2011-2015, a partir de 04 de fevereiro de 2011, em virtude do afastamento do Deputado Federal Narcio Rodrigues, que se licenciou do cargo para ocupar a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) de MG.

Em post datado de 2 de Janeiro deste ano intitulado "Projeto de Lei proíbe livrarias de selecionarem os livros que vendem" (leia aqui), escrevi sobre esse PL 7.913 que poderia vir a complicar ainda mais o desenvolvimento do mercado do livro no Brasil. Como o Dep. Bonifácio Andrada não foi eleito em 2010, o projeto foi automaticamente arquivado em 31 de janeiro de 2011 (leia aqui).

Dia 15 de fevereiro o Dep. Bonifácio Andrada apresentou o REQ 357/2011 e solicitou o desarquivamento do PL 7.913, o que foi concedido pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados no dia 17 de fevereiro.

E, assim, inicia-se mais um round nesta luta para mostrar que o autor do referido Projeto de Lei, não conhece a realidade do mercado editorial e livreiro no Brasil. Seria bom se CBL, Snel, ANL e outras instituições do livro se posicionassem sobre o assunto, antes que se corra o risco de, por um descuido, esse PL virar Lei.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Arquivado Projeto de Lei 7.913

Em post no início de Janeiro deste ano intitulado "Projeto de Lei proíbe livrarias de selecionarem os livros que vendem" (leia aqui), escrevi sobre esse PL 7.913 que poderia vir a complicar ainda mais o desenvolvimento do mercado do livro no Brasil. O assunto rendeu bastante no twitter e em vários blogs, além de matéria de Raquel Cozer no Caderno 2 do Estadão, depois reproduzida no seu blog, A Biblioteca de Raquel.

Pois bem, para felicidade geral do mercado (imagino eu), o tal Projeto de Lei 7.913 do Dep. Bonifácio Andrada foi ARQUIVADO. Como isso aconteceu?

O período de quatro anos de mandato dos deputados federais chama-se legislatura. Dia 31 de janeiro de 2011, terminou a 53ª legislatura. Pelo Regimento Interno da Câmara, com o encerramento de uma legislatura são automaticamente arquivadas todas as proposições em tramitação na Casa. Foram exatas 9.269 e, dentre elas, o PL 7.913.

Só podem seguir tramitando as propostas que atendam algum dos seguintes itens
:
a) as que já têm pareceres favoráveis de todas as comissões a que foram distribuídas e as apensadas a elas;
b) 
aquelas já aprovadas pelo Plenário em turno único, em primeiro ou em segundo turno e as apensadas a elas;
c) as de autoria do Senado ou que já tenham tramitado por lá e suas apensadas;
d) propostas de iniciativa popular, ou elaboradas pelo Executivo, pelo Judiciário ou pelo procurador-geral da República e suas apensadas.
O PL 7.913 não se enquadra em nenhuma delas.

As propostas arquivadas podem voltar à tramitação caso seu autor seja reeleito e solicite o desarquivamento nos primeiros seis meses da nova legislatura. Como já mencionado no post de 2 de janeiro, o Dep. Bonifácio Andrada NÃO foi reeleito. Ele é o 2º suplente da bancada do PSDB de MG. Portanto, para que o tal PL 7.913 fique de vez arquivado, é torcer para que ele não venha a assumir nenhuma vaga na Câmara nos próximos seis meses, seja pela saída (por qualquer motivo) ou morte de dois deputados colegas seus de bancada.


De como chegamos a este estado de coisas

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