sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Crise? Na Web, Não

A e-bit divulgou a 20a edição da pesquisa Webshoppers. Pelos dados apresentados, a crise, no primeiro semestre de 2009, passou longe da web, do e-commerce. A pesquisa é feita em mais de 1.800 lojas virtuais e os dados são coletados junto aos compradores online, imediatamente após a compra na web.

O faturamento nestes seis meses inicais de 2009 foi de R$4,8 bilhões, o que equivale a um crescimento de 27% em relação ao mesmo período de 2008, que teve o faturamento de R$3,8 bilhões. Isso comprova que, a cada dia, aumenta a quantidade de pessoas que também compram pela web. No espaço de um ano 3,7 milhões de pessoas, de novos e-consumidores, realizaram pelo menos uma compra na web. Na metade de 2008 eram 11,5 milhões de e-consumidores e na metade de 2009 o número está em 15,2 milhões.

Segundo a pesquisa 86% dos consumidores brasileiros estão satisfeitos com o comércio virtual. "Esse alto índice de confiança é fruto da credibilidade oferecida pelo e-commerce, que apresenta diversas condições de pagamento para seu consumidor, que pode parcelar sua compra em até 12x sem juros, além da isenção do frete (...). Outra facilidade já conhecida no setor é a possibilidade de não ter que sair de casa e enfrentar os problemas característicos das grandes cidades."

Com relação aos produtos mais vendidos a categoria livros e assinaturas de revistas e jornais continua em primeiro lugar; depois vêm saúde, beleza e medicamentos em segundo lugar; informática está em terceiro.

Mas, o dado mais importante da pesquisa, no meu modo de lê-la, diz respeito a uma tendência, já comentada aqui no blog em 29.03.2009, que é a descentralização do e-commerce. A cada diz mais e mais lojas são criadas na web, desde grandes varejistas como Wal-Mart e Ponto Frio, até pequenas empresas que vislumbraram a oportunidade que a web oferece. O que antes era uma barreira, devido ao custo, para a entrada de pequenas empresas, isto é, a necessidade de contratar profissionais e/ou empresas para desenvolver uma loja virtual, além da permanente manutenção e atualização, essa barreira não existe mais. Hoje, por apenas R$ 49,90 por mês, várias empresas já disponibilizam uma loja básica montada. É só pesquisar na própria web. Uma outra dificuldade dizia respeito ao recebimento dos pagamentos, que envolviam segurança com os dados dos cartões dos e-consumidores e o medo por parte dos lojistas desses mesmos cartões serem falsos ou roubados. Também não existe mais. Várias empresas já oferecem a terceirização de todo processo de pagamento/recebimento e com segurança. Mais uma vez, é só pesquisar na própria web. Com essas facilidades aumentou o número de lojas virtuais, aumentou a concorrência e ganham os consumidores e os fornecedores que passam a ter mais opções para comprar e vender.

Os números da descentralização são os seguintes:
. O top1, a B2W que reúne Submarino + Americanas + Shoptime + Blockbuster, continua sendo a primeira em vendas. Entretanto teve diminuida sua participação no mercado. No primeiro semestre de 2008 representava 41,50% e, no primeiro semestre de 2009, teve participação de 36%. É uma diminuição de 5,50%.
. Os top10 detinham 76,30% do mercado e agora têm 74,10%. Perderam, portanto, 2,30%.
. Os top20 passaram de 85,60% para 83,80%. Diferença de 1,80%.
. Os top50 já tiveram 91,90% e agora têm 90,30%. Perderam 1,60%.

Como o mercado de e-commerce continua crescendo, as perdas acima foram para onde? A resposta está nos números das empresas abaixo da posição 50 do ranking, a long tail, a cauda longa. Sua participação no primeiro semestre de 2008 era de 8,10% do mercado e, neste semestre inicial de 2009, pulou para 9,70%. São mais 1,60% e a tendência é a continuação dessa descentralização, o que é muito bom.

Portanto, e mais uma vez, sua livraria já está na web ou vai continuar de fora deste mercado?

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